quarta-feira, 31 de agosto de 2011


MITOLOGIA E VERDADE

Existem muitas histórias que são contadas ao longo dos tempos, das quais não se pode precisar a origem. E o caso das que nos contam a Mitologia Grega, dentre as quais eu quero destacar a lenda da Caixa de Pandora. Pandora, ao que se nos contam, era uma mulher linda, inteligente, perfeita em sua beleza e extremamente má, que foi criada por Zeus, o "deus" maior da Mitologia Grega, para satisfazer os seus instintos vingativos contra um outro ser, também criado por ele: Prometeu.

Pandora era, como foi dito, linda, cheia de belos atributos capazes de fazer capitular o mais cético dos homens, em matéria de sedução aos encantos de uma bela mulher, e procurou conquistar a Epimeteu, o irmão de Prometeu, que a tinha recusado, temeroso em atrair a ira de Zeus.

Então, Epimeteu, ao tomar Pandora como esposa, recebeu dela, como presente uma linda caixa, sendo-lhe, pois, recomendado, que jamais a abrisse, sob qualquer pretexto.

Mas, o que Epimeteu não sabia é que dentro da mesma havia as maiores mazelas e flagelos da humanidade, doenças e pragas e males, algo assim como um coquetel maligno, de alto poder de destruição.

Então, Epimeteu guardou essa caixa com extremo cuidado, colocando duas gralhas barulhentas como “sentinelas”, para que afastassem todos os que tentassem aproximar-se dela. Como o barulho das gralhas a incomodavam, além de impedi-la de se achegar à caixa, Pandora convenceu o seu apaixonado marido a livrar-se das gralhas. E, tendo-o feito, entregarem-se a uma calorosa noite de amor e paixão. Ela, aproveitando-se que Epimeteu adormecera profundamente, abriu a caixa, libertando todos os maus sentimentos, e maldades e toda a sorte de enfermidades e pragas, que passariam a atormentar a humanidade, a partir daquele dia em diante.

Durante séculos, a cultura grega influenciou o mundo, em todas as áreas de ciências e conhecimento, sempre impondo padrões de comportamento social, etc. Buscando a sabedoria e a perfeição, os gregos foram uma referência para todos os povos, desde as conquistas de Alexandre, o Grande, não havendo uma só nação do mundo antigo que não tenha assimilado alguns elementos daquela rica cultura. Também é natural que muitas fábulas e lendas de lá fossem impingidas à credulidade dos símplices.

Mas, agora, uma pergunta se me vem à mente: Qual é a semelhança existente entre a caixa de Pandora e o coração do homem (espécie)? Jesus disse: “O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.”(Lc 6:45; ver tbm MT 12.34)

Amados, diante dessa afirmação, quem se susteria diante do Senhor, tentando justificar-se a si mesmo? Ora, se nem mesmo Ele, enquanto caminhava na terra não admitiu ser chamado de “bom”? (MT 19.17; Mc 10.18) Antes, o Mestre desnudou o que realmente há no coração do homem:

“Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem. (Mc 7.21-23)

Entendemos, portanto, que o coração humano também é semelhante à caixa de Pandora, que já está aberta desde o Jardim do Éden, quando o primeiro homem, de quem todos nós descendemos, pecou. Senão, vejamos o que havia no coração de Caim, o primogênito de Adão: Irreverência na adoração a Deus: Trouxe-Lhe a pior oferta, encheu-se de ira por não ser aceito por Deus (Gn 4.5), invejou, o seu irmão Abel e o matou; tornou-se um homicida (Gn 4.8); ao ser inquirido pelo seu Criador, respondeu mal, faltando-lhe com o devido respeito e temor; mostrou dissimulação ao ser arguido sobre a tutela do seu irmão menor (Gn 4.9); recusou-se a receber a admoestação de Deus e o seu perdão, preferindo afastar-se e andar errante, distante do Pai e Criador. (Gn. 4.13, 14) O coração de Caim estava como a caixa de Pandora, cheia de sentimentos maus, das mazelas causadas pelo pecado que degenerou o coração humano, no princípio.

Meditando nessa história, podemos entender a ação restauradora operada por Jesus, na Cruz do Calvário, a qual foi descrita pelo Profeta Isaías, cerca de mais de setecentos anos, antes de se cumprir: "Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. (Is 53. 4, 5) Somente esse ato de amor, de dar-se a si mesmo, como preço de redenção pela nossa alma, porque, de nós mesmos ser-nos-ía impossível encontrar favor diante do nosso Deus, por melhores que fossem as nossas intenções e atitudes, pelo que de melhor pudéssemos oferecer-lhe como preço de resgate da nossa alma, que já estava condenada pelo pecado ao sofrimento eterno.

Então, como estamos vendo, só há um meio de limparmos a nossa “caixa de Pandora”, jogando fora tudo o que há de ruim no nosso coração: É deixando que o Espírito Santo de Deus entre na nossa vida e no nosso coração, o agente da restauração, prometido por Jesus, Aquele que convence o homem da sua real necessidade de preencher o vazio que há em sua vida: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. (Jo 16.8-11)

E por que há esse vazio na alma? Porque o seu verdadeiro alimento é a Palavra de Deus. Uma pessoa afastada de Deus por causa do pecado sente essa sensação de vazio, após uma noitada de festa, uma balada, de uma euforia passageira, onde deu vazão aos desejos da carne. Alguém até pode trazer à memória os momentos vividos, mas, enfim, logo tudo fica para trás, sem que possa ter acrescentado nada de bom à sua vida. E aí, lá se vai, atrás de outro motivo para extravasar as suas paixões e desejos, porém, no fim, terá sempre um vazio como companhia e uma alma faminta, cansada e sobrecarregada, cheia de coisas ruins, como uma “caixa de Pandora”.

Atente para esse chamado bondoso do nosso Salvador bendito, o Senhor Jesus:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, uque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo vé suave, e o meu fardo é leve.” (MT 11.28-30)

Que Deus te abençoe e te esclareça e desvende os teus olhos, para que possas ver o bem que ele tem para ti:

Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei. (Sl 119:18)

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