sexta-feira, 26 de agosto de 2011




DORES DE PARTO

De repente, vem a notícia. O resultado do exame deu positivo; estava confirmada a gravidez! Para alguns, poderia ser um momento de grande alegria, mas, para outros, de grande pesar. Para uns, a alegria da realização do sonho da maternidade; para outros, porém, a terrível conseqüência de um ato impensado, ou, o fruto de um ato de violência, algo não desejado, que poderia alterar todo o curso de uma vida ou, de muitas vidas; para bem ou para mal, tudo estaria sujeito a uma mesma ordem e processo a ser desencadeado num futuro próximo.

Ainda assim, em qualquer dos casos, passadas as euforias e os pesares, vem a expectativa de gerar um novo ser, com o acompanhamento da evolução de uma nova vida, do óvulo fecundado ao embrião, do embrião ao feto, do feto ao rebento, que logo será dado à luz. A cada etapa do exame pré-natal, se vai proporcionando o crescimento simultâneo de vários tipos de sentimento, quais sejam amor, carinho, alegria, tristeza e, temor, em ambos os casos!

É chegada a hora mais difícil para uma mulher, quando sobrevêm as dores, e ela entra em “trabalho de parto”. É uma hora de angústia, e hora de grande aflição, hora de incertezas, a hora extrema do limite entre a vida e a morte. É um momento, para muitas mulheres, atemorizante, de tristeza, de muito pesar, ante o que de imprevisível possa acontecer. Não são raros os casos em que mulheres vêm a óbito, em situação de trabalho de pré-parto, as quais, por causa do nervosismo e medo, ou pelo sofrimento causado pelas dores das contrações, não conseguem ter forças o suficiente para dar à luz seus filhos, que também correm o mesmo risco de morte, durante o processo do parto.

Jesus ilustrou a tristeza dos discípulos ante a iminência da Sua morte e ressurreição com a de uma mulher parturiente para manter viva neles a fé e a esperança e a alegria permanente e eterna dos que crêem Nele: “A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós, agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria, ninguém vo-la tirará.”.(jô 16.21, 22)

A Bíblia nos mostra diversos textos sobre esse momento tão crucial e decisivo, na vida de algumas mulheres, porém de forma figurada, metaforicamente bem aplicada pelo Senhor, não apenas para ilustrar situações positivas da vida humana, mas, também, situações de ordem negativa, para simbolizar as situações de aflição por que teriam de passar, tanto como prêmio pela perseverança e obediência, como também por causa da desobediência.

Vemos, no livro de Gênesis, a história de Rebeca, esposa de Isaque, que teve uma gravidez complicada, pela geração de gêmeos no seu ventre, ela que era estéril, mas foi vitoriosa nas suas orações juntamente com o seu marido: E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dóis povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.” (Gn 25,21-23)

Também Raquel, esposa amada de Jacó, a qual veio a entrar em trabalho de parto durante a peregrinação pela terra de Canaã, na região de Efrata de Belém, a qual passou as angústias das dores do parto. Ao dar à luz seu segundo filho, veio a falecer, em que pese os esforços e as palavras de ânimo da parteira: “Partiram de Betel, e, havendo ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, teve um filho Raquel e teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)...” (Gn 35.16-18)

Ainda, no Antigo Testamento, diante de uma ameaça de guerra, imposta por Senaqueribe, rei da Assíria, o rei Ezequias, de Judá, ficou tão atemorizado que chegou a comparar-se com uma mulher em dores de parto, tamanho era o medo e a sua angústia, e o pavor, o qual mandou os seus servos ao profeta Isaías, a consultar o Senhor: “Assim diz Ezequias: “Este dia é dia de angústia, e de vitupérios, e de blasfêmias, porque chegados são os filhos ao parto, e força não há para os dar à luz.” (Is 37.3)

O Apóstolo Paulo menciona uma situação inusitada diante da igreja da Galácia, em que o Evangelho de Cristo é semelhante a uma gravidez espiritual nos Crentes daquela congregação: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós; pudera eu estar presente, agora, convosco e falar-vos em outro tom de voz; porque me vejo perplexo a vosso respeito.” (Gl 4.19, 20)

Gerar filhos espirituais é a mais sublime missão da Igreja de Cristo. Porém, não há muitos crentes dispostos a engravidar, a sentir o prazer e a alegria de trazer filhos ao mundo, de ter desejos, de povoar o céu com as almas dos remidos pelo sangue de Cristo, isto é, não querem sentir as dores de parto! O que temos visto, em todo lugar, são ventres inchados, porém, não de gravidez , nem

há sintomas típicos das parturientes, mas, sim, são deformidades causadas por verdadeiros “miomas espirituais”. É uma síndrome causada pela falta de conversão sincera, de compromisso, oriundos de um formalismo religioso, de falsas doutrinas, de teologias impróprias, que subvertem o verdadeiro objetivo do Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, para os que são chamados à Salvação (1Co 1.24). O Deus deste século têm cegado a mente dos incrédulos para que a luz do verdadeiro Evangelho de Cristo não resplandeça (2CO 4.4). Muitos têm dado ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios, como fala o Apóstolo Paulo a Timóteo. (1Tm 4.1) E, mais, o Apóstolo adverte o seu filho na fé, sobre um tempo em que os homens não sofreriam a sã doutrina, que lhes causaria coceira nos ouvidos e buscariam para si doutores segundo os seus próprios pecados, isto é, ensinadores segundo os seus próprios pensamentos maus, desviados da verdade, e se tornariam apegados às fábulas profanas (2Tm 4.3)

Levantai e andai, ó Igreja de Cristo! Precisamos gerar os filhos que Deus já nos deu! Deus começou a sua grande obra com um ventre estéril: Sarai (Gn 11.30); deu continuidade através de um ventre estéril: Rebeca (25.21); prosseguindo com mais um ventre estéril: Raquel (Gn 29.31). Somos filhos dos milagres que Deus operou no passado, e que Ele agora quer operar em nós, no presente. O teu sacrifício tem uma recompensa: “Então, o Anjo do SENHOR bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos.” (Gn 22.15-17)

“Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. (Sl 116.12, 13)

“Pede-me, ge eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão.” (Sl 2.8)

Só temos a dizer: Eis-me aqui. Envia-me a mim! (Is 6.8) Amém?

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