DORES DE PARTO
De repente, vem a notícia. O resultado do exame deu positivo; estava confirmada a gravidez! Para alguns, poderia ser um momento de grande alegria, mas, para outros, de grande pesar. Para uns, a alegria da realização do sonho da maternidade; para outros, porém, a terrível conseqüência de um ato impensado, ou, o fruto de um ato de violência, algo não desejado, que poderia alterar todo o curso de uma vida ou, de muitas vidas; para bem ou para mal, tudo estaria sujeito a uma mesma ordem e processo a ser desencadeado num futuro próximo.
Ainda assim, em qualquer dos casos, passadas as euforias e os pesares, vem a expectativa de gerar um novo ser, com o acompanhamento da evolução de uma nova vida, do óvulo fecundado ao embrião, do embrião ao feto, do feto ao rebento, que logo será dado à luz. A cada etapa do exame pré-natal, se vai proporcionando o crescimento simultâneo de vários tipos de sentimento, quais sejam amor, carinho, alegria, tristeza e, temor, em ambos os casos!
É chegada a hora mais difícil para uma mulher, quando sobrevêm as dores, e ela entra em “trabalho de parto”. É uma hora de angústia, e hora de grande aflição, hora de incertezas, a hora extrema do limite entre a vida e a morte. É um momento, para muitas mulheres, atemorizante, de tristeza, de muito pesar, ante o que de imprevisível possa acontecer. Não são raros os casos em que mulheres vêm a óbito, em situação de trabalho de pré-parto, as quais, por causa do nervosismo e medo, ou pelo sofrimento causado pelas dores das contrações, não conseguem ter forças o suficiente para dar à luz seus filhos, que também correm o mesmo risco de morte, durante o processo do parto.
Jesus ilustrou a tristeza dos discípulos ante a iminência da Sua morte e ressurreição com a de uma mulher parturiente para manter viva neles a fé e a esperança e a alegria permanente e eterna dos que crêem Nele: “A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós, agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria, ninguém vo-la tirará.”.(jô 16.21, 22)
Vemos, no livro de Gênesis, a história de Rebeca, esposa de Isaque, que teve uma gravidez complicada, pela geração de gêmeos no seu ventre, ela que era estéril, mas foi vitoriosa nas suas orações juntamente com o seu marido: E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dóis povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.” (Gn 25,21-23)
Também Raquel, esposa amada de Jacó, a qual veio a entrar em trabalho de parto durante a peregrinação pela terra de Canaã, na região de Efrata de Belém, a qual passou as angústias das dores do parto. Ao dar à luz seu segundo filho, veio a falecer, em que pese os esforços e as palavras de ânimo da parteira: “Partiram de Betel, e, havendo ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, teve um filho Raquel e teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)...” (Gn 35.16-18)
Ainda, no Antigo Testamento, diante de uma ameaça de guerra, imposta por Senaqueribe, rei da Assíria, o rei Ezequias, de Judá, ficou tão atemorizado que chegou a comparar-se com uma mulher em dores de parto, tamanho era o medo e a sua angústia, e o pavor, o qual mandou os seus servos ao profeta Isaías, a consultar o Senhor: “Assim diz Ezequias: “Este dia é dia de angústia, e de vitupérios, e de blasfêmias, porque chegados são os filhos ao parto, e força não há para os dar à luz.” (Is 37.3)
O Apóstolo Paulo menciona uma situação inusitada diante da igreja da Galácia, em que o Evangelho de Cristo é semelhante a uma gravidez espiritual nos Crentes daquela congregação: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós; pudera eu estar presente, agora, convosco e falar-vos em outro tom de voz; porque me vejo perplexo a vosso respeito.” (Gl 4.19, 20)
Gerar filhos espirituais é a mais sublime missão da Igreja de Cristo. Porém, não há muitos crentes dispostos a engravidar, a sentir o prazer e a alegria de trazer filhos ao mundo, de ter desejos, de povoar o céu com as almas dos remidos pelo sangue de Cristo, isto é, não querem sentir as dores de parto! O que temos visto, em todo lugar, são ventres inchados, porém, não de gravidez , nem
há sintomas típicos das parturientes, mas, sim, são deformidades causadas por verdadeiros “miomas espirituais”. É uma síndrome causada pela falta de conversão sincera, de compromisso, oriundos de um formalismo religioso, de falsas doutrinas, de teologias impróprias, que subvertem o verdadeiro objetivo do Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, para os que são chamados à Salvação (1Co 1.24). O Deus deste século têm cegado a mente dos incrédulos para que a luz do verdadeiro Evangelho de Cristo não resplandeça (2CO 4.4). Muitos têm dado ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios, como fala o Apóstolo Paulo a Timóteo. (1Tm 4.1) E, mais, o Apóstolo adverte o seu filho na fé, sobre um tempo em que os homens não sofreriam a sã doutrina, que lhes causaria coceira nos ouvidos e buscariam para si doutores segundo os seus próprios pecados, isto é, ensinadores segundo os seus próprios pensamentos maus, desviados da verdade, e se tornariam apegados às fábulas profanas (2Tm 4.3)
Levantai e andai, ó Igreja de Cristo! Precisamos gerar os filhos que Deus já nos deu! Deus começou a sua grande obra com um ventre estéril: Sarai (Gn 11.30); deu continuidade através de um ventre estéril: Rebeca (25.21); prosseguindo com mais um ventre estéril: Raquel (Gn 29.31). Somos filhos dos milagres que Deus operou no passado, e que Ele agora quer operar em nós, no presente. O teu sacrifício tem uma recompensa: “Então, o Anjo do SENHOR bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos.” (Gn 22.15-17)
“Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. (Sl 116.12, 13)
“Pede-me, ge eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão.” (Sl 2.8)
Só temos a dizer: Eis-me aqui. Envia-me a mim! (Is 6.8) Amém?
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